O Presidente Honorário do PS Açores, Carlos César, reafirmou, esta sexta-feira, na sessão de abertura do XV Congresso Regional do PS Açores que “gostaria que a prioridade do Governo da República, em 2013, se concentrasse na renegociação do pagamento da dívida e não no adensamento do martírio das famílias e das empresas para tentar satisfazer um pagamento que é impossível tal como está hoje programado”.
Para Carlos César “não se compreende como essa diligência continua a não ser uma prioridade diplomática nacional e uma prioridade para o Governo, em vez de avançarmos na destruição das funções do Estado”. O recém-eleito Presidente Honorário do PS Açores argumentou que “bastaria que os juros que Portugal está a pagar fossem metade, e mesmo assim mais do triplo dos pagos pelos alemães, para não serem necessários os mais quatro mil milhões que o primeiro-ministro anda a reclamar como imprescindíveis”. O ex-Presidente do Governo Regional referiu que as omissões e insuficiências do governo nacional “têm-se repercutido rudemente na economia regional” e manifestou esperança de que a correção deste comportamento “associada a um bom desfecho da revisão da Lei de Finanças Regionais possa ser decisiva para a recuperação a curto prazo nos Açores.”
Numa intervenção em que fez referência ao percurso e património autonómico do Partido Socialista Açores, do qual foi líder nos últimos 18 anos, Carlos César afirmou a sua convicção de que a nova geração de dirigentes socialistas nos Açores é “uma garantia de futuro: uma garantia para o progresso, e uma garantia para ultrapassarmos e suplantarmos os males do nosso presente”.
Carlos César, que agradeceu aos congressistas a eleição para o cargo de Presidente Honorário do PS Açores, garantiu total empenho na “magistratura moral do cargo na defesa da unidade, da integridade e da coesão do partido”. Numa intervenção muito aplaudida pelas cerca de duas centenas de congressistas socialistas, o ex chefe do governo regional lembrou ainda que “a história do PS Açores integra por direito próprio a história dos Açores desde o advento da democracia e da autonomia” e assegurou que o PS açoriano “tem a sua identidade própria no contexto nacional”.
A fidelidade às causas açorianas é uma atitude que explica, no entender de Carlos César, o sucesso do Partido Socialista nos últimos anos. “Para o PS os Açores estão sempre primeiro”, recordou ao enfatizar que o regime autonómico demonstra historicamente a evolução económica e social que a Região obteve desde a sua implementação. É, por isso, fundamental continuar a defender a autonomia “como um instrumento eficiente de concretização do nosso potencial e uma via estruturada de obtenção de resultados concretos, porque essa é também a melhor demonstração da sua valia prática, afirmou.”
Carlos César, que chefiou o governo açoriano nos últimos 16 anos, recordou ainda que quando o PS chegou ao poder, em 1996, “os Açores eram a Região mais pobre do País com um PIB per capita que correspondia a 79% da média nacional, 6 pontos percentuais abaixo das Regiões Centro e Norte, regiões que nos antecediam imediatamente nesses indicadores. Hoje estamos perto da média nacional e à frente dessas regiões e do Alentejo. Convergimos também com a média europeia 15 pontos percentuais nos últimos 15 anos.”
Na sua intervenção o Presidente Honorário do Partido Socialista saudou o novo líder do PS Açores e Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, que considerou “o primeiro representante da nossa esperança.”
Presente, como convidado de honra, na sessão de abertura do XV Congresso Regional do PS Açores, António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mereceu também o elogio de Carlos César que o considerou “um amigo de sempre dos Açores, um homem de Estado e um governante experiente e conhecedor”.
Carlos César concluiu a sua intervenção com a célebre frase que marcou os seus mandatos como Presidente do Governo Regional: “que bom é ser açoriano”